A demissão da servidora, publicada em 2 de outubro deste ano, já havia sido considerada ilegal pelo juiz Boanerges Eler Lopes, da Vara da Fazenda Pública. O magistrado suspendeu o ato administrativo e paralisou o PAD que tramitava contra a professora, impondo prazo de cinco dias para que a gestão municipal devolvesse a servidora ao cargo, com as mesmas funções e remunerações.

Acusações de perseguição política reforçam clima de desgaste
A servidora Luciana Medeiros afirma que sua demissão não apenas foi ilegal, mas motivada por perseguição política dentro da prefeitura. A denúncia, agora reforçada pela decisão judicial, aprofunda ainda mais o desgaste da gestão municipal, já envolvida em outros episódios de tensão com servidores e categorias profissionais.
Segundo a professora, a Procuradoria-Geral do Município estaria tentando impedir a execução provisória da sentença — o que, se confirmado, adiciona mais um elemento de conflito entre o Executivo e o Judiciário.
Desrespeito à Justiça e impacto nos cofres públicos
O descaso da prefeitura com a determinação judicial não apenas coloca em xeque o respeito às instituições, como também pode causar prejuízo direto ao contribuinte. Caso o município continue ignorando a decisão, a multa pode atingir R$ 30 mil — dinheiro que sairá dos cofres públicos, não do bolso de quem descumpriu a lei.

Silêncio da prefeitura aumenta pressão
Até o momento, a Prefeitura de Vila Velha não apresentou nenhuma justificativa pública para o não cumprimento da ordem. O silêncio, somado às denúncias de perseguição e à insistência em manter um ato considerado ilegal pela Justiça, agrava ainda mais a percepção de que há arbitrariedade e falta de transparência na condução do caso.
Crise de credibilidade
Para servidores, juristas e moradores que acompanham o caso, o episódio expõe novamente um padrão já conhecido: decisões questionáveis, recuos tardios e impactos financeiros desnecessários ao município. Em vez de cumprir rapidamente a decisão judicial para evitar mais prejuízos, a prefeitura parece apostar no confronto — mesmo sabendo que, na maioria das vezes, acaba derrotada nos tribunais.
Enquanto isso, a professora segue aguardando sua reintegração, assegurada por lei e por decisão judicial.
O Acontecendo no ES continuará acompanhando o caso e cobrando respostas da administração municipal.


