O Sindicato dos Servidores Públicos do Estado do Espírito Santo (Sindipúblicos) organiza uma Assembleia Geral Unificada (AGU) para o dia 20 de junho, às 13 horas. O encontro, que será realizado presencialmente no auditório da entidade e virtualmente pelo aplicativo Meet, visa discutir o retorno do governo estadual sobre a proposta de reestruturação das carreiras. Essa assembleia ocorrerá após a negociação com a Casa Civil, que será realizada no dia anterior.
A presidente do Sindipúblicos, Renata Setúbal, enfatiza a importância dessa reunião para determinar os próximos passos em resposta às discussões sobre a reestruturação. Essa proposta é fundamental para enfrentar a desvalorização salarial e corrigir distorções históricas, além de evitar a evasão de servidores.
A discrepância salarial entre servidores com formação semelhante, mas lotados em diferentes órgãos, é um ponto crítico da discussão. A proposta do sindicato sugere uma equiparação proporcional entre os salários dos servidores do Executivo e do Judiciário. Atualmente, a remuneração básica no Judiciário é de cerca de R$ 7 mil para 30 horas semanais, enquanto no Executivo esse valor é de R$ 6,9 mil para 40 horas. Para resolver essa desigualdade, a proposta eleva os vencimentos do nível superior no Executivo para R$ 9,3 mil, aumentando em 35%. Propostas para os níveis técnico e médio são de 70% e 50% desse valor, respectivamente.
A proposta apresentada ao governo surgiu após uma manifestação significativa, onde uma comissão de servidores foi recebida pela Casa Civil. O ato, que ocorreu em abril, contou com a participação massiva de servidores interessados na reestruturação das carreiras e na correção das perdas salariais. A concentração inicial foi em frente à Secretaria de Estado de Gestão e Recursos Humanos, seguida de uma caminhada até o Palácio Anchieta.
Com a campanha “Valorize Quem Faz Acontecer”, o sindicato tem intensificado suas ações, incluindo visitas a diversos órgãos e assembleias setoriais. Renata ressalta a urgência em valorizar os servidores, destacando que eles também contribuíram para os ajustes fiscais do Estado e que a administração possui capacidade para reconhecer esse esforço.
Ela alerta para o alto índice de evasão entre servidores, resultante da desvalorização salarial e da pressão financeira. Muitos servidores estão sobrecarregados com dívidas, e aqueles com anos de carreira estão migrando para a iniciativa privada. A expectativa dentro do serviço público está baixa, mas a mobilização continua.
Para fortalecer a luta, o Sindipúblicos segue realizando ações concretas, como assembleias específicas para diferentes categorias e autarquias. A presidente reforça a importância da mobilização e do diálogo direto com os servidores para garantir que suas vozes e necessidades sejam ouvidas.
Embora o governador tenha anunciado reajustes no auxílio-alimentação e uma revisão geral anual, essas medidas foram consideradas insuficientes pelos representantes do funcionalismo. Renata aponta que as perdas salariais acumuladas ao longo de 20 anos superam 50%, alimentadas por anos sem reajustes e congelamentos salariais.
O diretor de finanças do sindicato, Iran Milanez, destaca que essa defasagem financeira está gerando sérias consequências para os serviços prestados à população, com uma evasão de até 40% em órgãos essenciais. Essa situação reitera a necessidade de um reconhecimento efetivo e ações concretas que garantam a valorização dos servidores públicos.