ACONTECENDO NO ESPÍRITO SANTO

domingo, 14 de dezembro de 2025

ACONTECENDO NO ESPÍRITO SANTO

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Eu vejo o futuro repetir o passado — Cazuza e o cenário político capi

Como Cazuza escreveu, “eu vejo o futuro repetir o passado” — e na política capixaba essa frase parece ecoar com força. Desde 2020, a trajetória de Arnaldinho Borgo ressalta essa ideia de ciclos, lutas e renovações que, mesmo sendo inéditas, trazem ecos de passado recente que agora se repetem em nova escala.

O jovem opositor que virou protagonista

Em 2020, Arnaldinho era um nome jovem na política municipal de Vila Velha. Vereador de oposição, enfrentou com coragem — e resistência — a máquina do governo municipal da época, disputando e vencendo um pleito marcado por tensões e desafios políticos. Sem liderar as pesquisas no primeiro turno, conseguiu chegar ao segundo turno e, contra todas as expectativas e contra a “força da máquina”, venceu a eleição para prefeito. Esse resultado foi um marco de renovação política local, demonstrando que o desejo por mudança poderia superar os poderes tradicionais.

Gestão e Reeleição: Consolidando Mudanças

Nos anos seguintes, sua gestão se tornou reconhecida por políticas de transparência, desenvolvimento urbano e atração de investimentos — com destaque, por exemplo, ao selo de transparência pública de excelência conquistado por Vila Velha em 2024, resultado de práticas de governança que transformaram a relação entre prefeitura, sociedade e controle social.

Em 2024, Arnaldinho foi reeleito com uma votação massiva — mais de 79% dos votos válidos em primeiro turno — consolidando a gestão e sua popularidade entre os eleitores.

Esse ciclo — de opositor a gestor amplamente reconhecido — representou não apenas uma vitória eleitoral, mas um sinal claro de que o eleitorado capixaba estava disposto a abraçar novas lideranças que demonstrassem resultados. Dito de outra forma: uma revolução política de dentro para fora do sistema tradicional.

2025-2026: História repetindo o padrão de resistência e renovação

Agora, em 2025, a narrativa entra em novo capítulo — e o passado parece repetir o futuro.

Arnaldinho não apenas consolidou sua gestão municipal como agora lançou oficialmente sua pré-candidatura ao governo do Espírito Santo, propondo renovação geracional e disputando espaço no tabuleiro eleitoral estadual.

O movimento não é sem resistência. Internamente no PSDB — partido ao qual ele se filiou recentemente para liderar a sigla no Espírito Santo com respaldo nacional — sua presença provocou forte reação e até debandada de lideranças, um indicativo de que mudanças podem gerar tensões em estruturas partidárias tradicionais.

Além disso, embora o próprio governador Renato Casagrande tenha mencionado Arnaldinho como uma das lideranças com potencial para concorrer ao governo — lado a lado com figuras como Ricardo Ferraço — ainda há disputa para consolidar apoios e construir viabilidade eleitoral.

O pano de fundo dessa corrida é exatamente o cenário que se repetiu: assim como em 2020 Arnaldinho começou sua jornada política como um nome que desafiava estruturas estabelecidas, hoje ele emerge novamente como símbolo de renovação frente às forças tradicionais da política estadual. A emoção, a resistência e — claro — as disputas internas retornam com intensidade.

Por que isso importa para o Espírito Santo?

O Espírito Santo vive um momento em que o eleitorado busca — como há cinco anos — uma política mais conectada com resultados concretos, gestão e integridade. A experiência de Vila Velha sob gestão de Arnaldinho, com reconhecimento em transparência, crescimento econômico e políticas públicas que ganharam visibilidade, oferece uma narrativa potente em um estado que volta a discutir mudança versus continuidade, juventude versus máquina tradicional e resultados versus retórica.

Essa dinâmica política — que une passado, presente e futuro — é um reflexo do que Cazuza capturou tão bem em sua música: ciclos que parecem se repetir, porém com nuances que trazem a oportunidade de renovação real. E no caso do Espírito Santo, esse ciclo pode ser o catalisador de uma transformação maior, que não se limita ao município de Vila Velha, mas ecoa por todo o estado.

Conclusão: novo capítulo ou repetição de um movimento?

A história de Arnaldinho Borgo demonstra que o que alguns chamam de “novo” muitas vezes carrega as marcas do passado — mas com potencial para transformar o presente. Assim como em 2020, quando enfrentou resistências e desafios até conquistar a prefeitura, hoje ele encara novamente um cenário de luta, disputas e oportunidades.

E enquanto a política estadual se desenrola, o Espírito Santo pode estar diante de um tempo de mudança estruturada — uma revolução não apenas de nomes, mas de expectativas e práticas.

Vitor Otoni
Vitor Otoni
Vitor Otoni Damasceno é administrador, empresário investidor. Foi diretor da Secretaria Nacional de Juventude do Governo Federal, Subsecretário de Estado e também atuou como diretor do PROCON e assessor parlamentar. Com forte atuação na direita, é conhecido por sua postura firme, crítica à neutralidade e defesa intransigente da liberdade. Na coluna, escreve com clareza e coragem, buscando provocar reflexões, desmontar narrativas e defender valores sólidos em tempos de relativismo.
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