Embora Arnaldinho alegue que sua saída do Podemos ocorreu por “razões de foro íntimo”, a motivação é amplamente atribuída ao seu rompimento com o deputado federal Gilson Daniel, presidente estadual da sigla. O embate político marcou o início de uma fase de isolamento que, segundo interlocutores, só se aprofundou.

Fama de centralizador e sem diálogo afasta partidos
Fontes de diferentes campos políticos afirmam que Arnaldinho não é bem visto por dirigentes partidários devido à sua postura considerada centralizadora, autoritária e pouco aberta ao diálogo. Sua imagem de gestor inflexível e de difícil articulação tem gerado desconfiança entre lideranças estaduais.

A reputação de traidor e perseguidor também pesa contra o prefeito. Muitos dirigentes temem que ele reproduza nas siglas o mesmo comportamento atribuído a ele dentro de sua própria base política, vide o que aconteceu com o fiel escudeiro Bruno lorenzutti, assim como o uso da imagem do ex presidente Bolsonaro para ficar bem com a direita, o que durou por pouco tempo após Arnaldinho chamar os patriotas de “retardados e malucos”
Resistência até mesmo entre aliados do governador Casagrande
Nem mesmo lideranças ligadas ao PSB, partido do governador Renato Casagrande, demonstram disposição para apoiar a entrada de Arnaldinho em qualquer composição política. Pelo contrário: nos bastidores, nomes próximos ao governo alertam sobre a fama de oportunista do prefeito de Vila Velha. Alguém que, segundo essas fontes, “não mede esforços para alcançar seus objetivos pessoais, Custe o que custar”
O histórico de rompimentos e disputas internas reforça o receio. Um exemplo citado como prova de traição política ocorreu durante a formação da chapa eleitoral que o elegeu: o então aliado Bruno Lorenzutti, escolhido inicialmente para ser seu vice-prefeito, foi descartado por Arnaldinho às vésperas do registro da chapa, deixando o grupo de apoio dividido e surpreendido com a manobra.

Articulações frustradas
Na tentativa de reabrir portas, Arnaldinho tem buscado conversas acompanhado do deputado federal Vitor Linhalis, parlamentar criticado pela falta de expressão e por ter sido eleito em 2022 sob acusações de uso da máquina pública municipal, investigações conduzidas pelo MPF inclusive com pedido de perda de mandato.
Mesmo assim, os diálogos com dirigentes de várias legendas não avançaram. Outro exemplo que marcou foi a ida do prefeito de Vila Velha para tentar pegar o partido PSD presidido por Renzo vasconcelos (prefeito de colatina)
Deste modo, nenhum partido demonstra disposição em conceder ao prefeito autonomia interna ou controle de diretórios, condições que ele tem buscado para seus planos eleitorais.
Futuro indefinido
Com dificuldades crescentes de articulação, desgaste de imagem e rejeição entre caciques estaduais, Arnaldinho Borgo finaliza o ano de 2025 em um cenário de isolamento político evidente. Sem partido e sem apoio consistente, o prefeito vê seus planos para o próximo ciclo eleitoral cada vez mais comprometidos.


