ACONTECENDO NO ESPÍRITO SANTO

Wednesday, 8 de October de 2025

ACONTECENDO NO ESPÍRITO SANTO

Wednesday, 8 de October de 2025

Quando a Ausência de União Alimenta o Monstro

Rejeição, perseguição e alianças de conveniência: como a desunião da direita e o pragmatismo da esquerda mantêm o Brasil refém de um ciclo vicioso.

O retorno de Lula ao comando do Brasil é, antes de tudo, um tapa na cara de quem acredita em justiça e em democracia real. Condenado em três instâncias por corrupção e lavagem de dinheiro, Lula jamais deveria ter sequer disputado uma eleição novamente. Mas ainda assim, como num roteiro de pesadelo cínico, lá está ele orquestrando seus tentáculos por Brasília, perseguindo adversários e fazendo — a portas fechadas — alianças pouco republicanas com setores do STF.
E seria ilusão achar que a escalada autoritária do lulopetismo se deve apenas ao poderio estatal ou à leniência de parte do Judiciário. A verdade é mais amarga: somos, em parte, responsáveis por esse cenário. A direita brasileira, apesar de numericamente forte e socialmente vibrante, patina na desunião crônica. Falta estratégia, sobra vaidade. Em vários estados, preferimos sacrificar nomes competitivos em prol de projetos pessoais, enquanto o petismo avança impondo alianças pragmáticas, nem sempre limpas, mas invariavelmente eficazes.
A popularidade de Lula derretia. As pesquisas, por mais manipuladas que sejam, mostravam sua rejeição atingindo cenários dramáticos. Mas, na política, acaba prevalecendo não quem é menos rejeitado, mas quem sabe se beneficiar da fragilidade do adversário. E nossos erros têm preço alto: alimentamos o monstro enquanto brigamos pelas migalhas partidárias.
Neste cenário, não basta apenas denunciar alianças suspeitas de Lula com o Judiciário ou as manobras para encurralar conservadores nas eleições legislativas. É necessário, sim, jogar luz sobre a hipocrisia autoritária da esquerda. Mas, principalmente, é hora de enterrar a vaidade e entender — de uma vez por todas — que decisões estratégicas coletivas e pragmatismo são urgentes.
A direita só será alternativa de poder real no Brasil se aprender com seus próprios tropeços, abandonar personalismos e agir como um bloco. Do contrário, vamos assistir à repetição do pesadelo lulista — e, dessa vez, sem direito nem a sonhar com justiça verdadeira.

Vitor Otoni
Vitor Otoni
Vitor Otoni Damasceno é administrador, empresário investidor. Foi diretor da Secretaria Nacional de Juventude do Governo Federal, Subsecretário de Estado e também atuou como diretor do PROCON e assessor parlamentar. Com forte atuação na direita, é conhecido por sua postura firme, crítica à neutralidade e defesa intransigente da liberdade. Na coluna, escreve com clareza e coragem, buscando provocar reflexões, desmontar narrativas e defender valores sólidos em tempos de relativismo.

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