O Brasil acordou para uma realidade que já estava na nossa cara: não temos um Supremo Tribunal Federal, temos um Cartel de Toga.
Um grupo fechado, hermético, que decide quem vive politicamente e quem será destruído. Não interpretam a Constituição — negociam com ela. Não aplicam a lei — usam-na como arma seletiva.
Ontem, a máscara caiu de vez. Bastou falar em impeachment de ministro para que viesse a ameaça velada (ou nem tanto): se o Congresso ousasse mexer com eles, o STF “subiria o mercúrio” e avançaria investigações contra deputados e senadores. Não qualquer investigação, mas aquelas que eles guardam na gaveta, como quem guarda um dossiê pronto para usar na hora certa.
Isso não é justiça. Isso é chantagem. Isso é máfia.
E o pior: é uma máfia com foro privilegiado, com a caneta mais poderosa do país e sem ninguém para colocar um freio.
Quando um poder se coloca acima da lei e começa a ameaçar os outros para se manter no trono, não estamos mais numa democracia — estamos sob um regime de medo, onde a toga virou uniforme de quadrilha.
O “Cartel de Toga” não precisa de votos, não precisa de povo, não precisa de transparência. E é justamente por isso que se sente eterno. Mas a história é implacável com os que se acreditam deuses. Mais cedo ou mais tarde, todo cartel cai.