O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou o pagamento de R$ 3,7 bilhões em indenizações para 22 mil pescadores e 13,5 mil agricultores de Minas Gerais e do Espírito Santo, afetados pelo rompimento da barragem em Mariana há dez anos.
Esses trabalhadores receberam um cartão de renda que pagará um salário mínimo e meio por 36 meses e um salário mínimo por mais 12 meses.
Durante uma cerimônia em Linhares, na Foz do Rio Doce, Lula destacou a rapidez do governo em realizar ações que outros não conseguiram no passado.
Avanços na reparação
Lula enfatizou a importância do governo em garantir que a Vale pagasse as compensações devidas, destacando a recusa em aceitar a falta de reparação pela empresa.
O novo Acordo do Rio Doce prevê R$ 170 bilhões em reparações, com parte já em execução. Lula criticou a má gestão anterior e destacou o novo comprometimento da empresa com o governo.
Impacto na comunidade
A maior tragédia ambiental do Brasil completa dez anos, sem condenações pelos crimes cometidos. O MP recorreu da decisão judicial que absolveu réus e empresas.
Na cerimônia, Ana Paula Ramos, agricultora da Associação de Mulheres do Cacau, recebeu o cartão de transferência de renda e compartilhou o impacto dos rejeitos no Rio Doce.
Ramos relatou dificuldades cotidianas causadas pela contaminação do solo e da água. Segundo ela, a ajuda financeira garante o básico para a comunidade.
Heider José Boza, do Movimento dos Atingidos por Barragens, reconheceu o esforço do governo e pediu inclusão de mais agricultores no acordo.
Detalhes do Novo Acordo
O Novo Acordo do Rio Doce, assinado em 2024 após dois anos de negociações, foi resultado de esforços do governo com as mineradoras envolvidas.
Jorge Messias, ministro da AGU, afirmou que o acordo anterior era insatisfatório e explicou que os termos atuais são mais abrangentes.
Os pagamentos das indenizações já começaram, e haverá consideração para o tempo de serviço afetado dos pescadores ao calcular aposentadorias.
300 mil pessoas e empresas estão cadastradas para receber compensações, garantindo um apoio financeiro significativo.
Entenda a Tragédia
Em novembro de 2015, o rompimento da Barragem do Fundão liberou rejeitos que afetaram a bacia do Rio Doce, causando mortes e deslocamento de centenas de pessoas.
O novo acordo destina R$ 132 bilhões para reparações em um período de 20 anos, com recursos para projetos ambientais e compensações a comunidades.