A Galeria Gravura Brasileira dá as boas-vindas à exposição “mulheres.gráfica.política”, um projeto de Yili Rojas. Este evento é uma plataforma para explorar posições e iniciativas no campo da gravura, onde a artista se apresenta como ponte entre diferentes culturas, abordando feminismos e questões políticas pertinentes à vida cotidiana das mulheres.
A construção da identidade feminina ocorre em contextos sociais marcados por misoginia, com influências de religião, mídia e tradições familiares. A exposição propõe um exercício de desaprender essas heranças, criando espaços de resistência e empoderamento por meio da gravura e da arte.
A gravura é utilizada como meio de cura e expressão, fortalecendo conexões entre mulheres. Projetos como Frauen machen Druck, em Berlim, e Matriz, no Cariri, Ceará, são exemplos dos impactos positivos dessas práticas. Essas iniciativas promovem a visibilidade e a união de mulheres, muitas vezes migrantes ou refugiadas, em busca de um espaço seguro e coletivo.
Além disso, o projeto Mädchen machen Druck planeja publicar o livro multilíngue “O Carvalho Dourado”, que contará histórias de resiliência de mulheres migrantes, enriquecendo o diálogo intergeracional e celebrando a participação feminina em eventos significativos, como a Revolução Sudanesa de 2018.
Os encontros, sejam virtuais ou presenciais, proporcionam um ambiente de apoio mútuo. Em Berlim, o Frauen machen Druck reúne mulheres semanalmente, enquanto o Matriz assegura um espaço aberto à criatividade e à resistência feminista no Nordeste brasileiro.
O projeto Mulheres Gráficas conecta artistas de diversas regiões, promovendo trocas e discussões sobre a presença feminina na arte gráfica. Essa rede também se estende para outros países, como México, Egito, Bélgica e França, mostrando a potência da arte como ferramenta de transformação social.
O Taller de Gráfica Siqueiros, em Oaxaca, opera dentro de um presídio feminino e é um exemplo do impacto positivo que a arte pode ter na vida das detentas. Projetos como esses, que envolvem exposições e colaborações, ressaltam a força da comunidade artística em lutar por reconhecimento e justiça social.
A presença de artistas como Andrea Sobreira, Cleiri Cardoso e Zahra Peasey na exposição sublinha a diversidade e a relevância das vozes femininas na arte contemporânea. A gravura se revela como um poderoso instrumento de resistência e empoderamento, promovendo a solidariedade e a luta contra preconceitos.
Programação da exposição inclui:
– 10.05: Abertura, das 13h às 17h, na Galeria Gravura Brasileira, Rua Ásia, 219, Cerqueira César, São Paulo.
– 14.05: Apresentação da proposta da exposição.
– 16.05: Workshop com mulheres atendidas por ONG parceira na Pinacoteca, Praça da Luz, 2, Luz, São Paulo.
– 14.06: Conversa com artistas, das 14h às 15h.
– 14.06: Finissage, das 13h às 17h na Galeria Gravura Brasileira.
Mais informações podem ser obtidas em www.gravurabrasileira.com.