Um vídeo divulgado pela Polícia Civil mostra os quatro homens responsáveis pelo ataque que matou Alice Rodrigues, de apenas seis anos, fugindo armados logo após o crime. Nas imagens, eles aparecem correndo, e um deles carrega um fuzil. Veja o vídeo.
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O que diz a Polícia Civil
De acordo com a Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), apenas um dos executores está preso: Pedro Henrique dos Santos Neves. Os outros três já foram identificados, mas seguem foragidos.
O ataque
O crime ocorreu após o carro da família de Alice colidir com o veículo dos criminosos. O grupo, que procurava um gerente do tráfico na região, confundiu o automóvel da família com o do alvo e abriu fogo contra os ocupantes. Os disparos só cessaram quando o pai da menina implorou, avisando que no carro havia uma criança e uma mulher grávida.
Segundo o delegado Rodrigo Sandi Mori, a ação foi motivada pela guerra entre facções criminosas: o Primeiro Comando de Vitória (PCV) e o Terceiro Comando Puro (TCP). A área onde ocorreu o ataque é uma das poucas ainda sob domínio do TCP.
Envolvidos
As investigações apontam o envolvimento de 12 pessoas. Até agora, seis estão presas e outras seis permanecem foragidas.
Mandantes: Sérgio Raimundo Soares da Silva Filho (Serginho Kauê), Carlos Alberto dos Santos Gonçalves Júnior (Bequinha) e Ryan Alves Cardoso (R7) – todos foragidos no Rio de Janeiro.
Intermediários: Marlon Furtado Castro (preso), Maik Rodrigues Furtado (MK – preso) e Marina de Paula dos Santos (advogada, presa).
Executores: Pedro Henrique dos Santos Neves (preso) e três homens não identificados (foragidos).
Apoio: Arthur Folli Rocha (olheiro, preso) e Izaque de Oliveira Moreira (responsável pela fuga, preso).
Prisões
Após ser preso, Pedro Henrique confessou participação no ataque e revelou nomes dos comparsas. Com base no depoimento, a polícia prendeu Arthur Folli, que também admitiu o crime e apontou os intermediários.
Na casa da advogada Marina, os policiais encontraram munições compatíveis com as armas usadas no homicídio. Ela e Marlon tentaram fugir junto com Maik, mas foram interceptados na BR-262, em Cariacica.
Acusações
Os presos foram autuados em flagrante por homicídio qualificado, com agravantes como: motivo torpe, perigo comum, uso de arma restrita, impossibilidade de defesa da vítima e a idade de Alice, menor de 14 anos.
Além disso, eles também vão responder por dupla tentativa de homicídio, já que no veículo estavam o pai e a mãe da menina, que está grávida.
Pedro Henrique e Izaque também foram autuados por porte ilegal de arma, enquanto Marlon e Marina responderão por posse ilegal de munições de uso restrito.
OAB acompanha caso da advogada
A prisão da advogada foi acompanhada pela Comissão de Prerrogativas da OAB-ES, que instaurou um pedido de suspensão preventiva.
“A OAB estará sempre a postos para defender a boa advocacia, mas jamais para proteger condutas criminosas. Aos que cometem crimes, sejam eles advogados ou não, vamos exigir o rigor da lei”, declarou a entidade em nota.
Enquanto isso, a Polícia Civil segue com as buscas para prender os três executores foragidos e os mandantes do crime, apontados como integrantes do tráfico e escondidos no Rio de Janeiro.