Resumo
A jornalista Adriana Catarina Ramos de Oliveira, solta após ser presa por injúria, voltou a realizar ataques homofóbicos em São Paulo, sendo filmada insultando rapazes em seu prédio; o caso está em investigação, e as vítimas adotaram medidas legais.
A jornalista Adriana Catarina Ramos de Oliveira, presa por injúria após ofender um homem em uma cafeteria no Shopping Iguatemi, em São Paulo, voltou a fazer ataques homofóbicos. A situação, filmada por uma das vítimas, ocorreu um dia após a idosa de 61 anos ser solta.
Gustavo Leão contou nas redes sociais que o novo caso ocorreu com ele e outros dois rapazes, na recepção do prédio onde moram. “A jornalista Adriana Catarina Ramos de Oliveira, por dias consecutivos nos agride com ofensas violentas como ‘bicha nojenta’, ‘boiola’, ‘vai dar o c*’ e outras palavras de baixo calão carregadas de ódio e preconceito”, começou seu relato.
Ele afirma que a situação aconteceu na frente de moradores e funcionários do local, o que os constrangeu e expôs de forma “cruel e injusta”. Nas imagens registradas, Adriana aparece insultando as vítimas.
“Eu vou fazer musculação para dar o c*. Põe na internet, boiola. Boiola depilada. Dá o c*, boiola”, diz ela ao entrar no elevador. “Esse foi o lixo que foi presa no final de semana. Você devia ter vergonha, nessa idade, com esse tipo de coisa”, diz uma das vítimas.
Em outro vídeo, a jornalista aparece xingando um dos rapazes de ‘c*zão’. “Olha a gaiola das loucas”, afirma. “Os três fazem sexo a noite inteira”, declara na recepção do prédio. Em outro momento, ela aparece sentada na recepção, falando ao telefone sobre a Parada LGBTQIAP+, onde, segundo ela, haviam ‘aidéticos’.
No desabafo, Gustavo afirma que Adriana é uma mulher lúcida e plenamente consciente de seus atos, e que o caso não se trata de um surto ou desequilíbrio. Ele ainda diz que há relatos de funcionários sobre ela destratar as pessoas no local.
“Trata-se de uma postura arrogante e recorrente. Infelizmente, seu comportamento abusivo evoluiu até chegar nesse episódio de homofobia e difamação pública. Apesar de tudo isso, a agressora segue livre e impune, mesmo sendo reincidente, pois neste final de semana aconteceu o mesmo no Shopping Iguatemi. Isso é inaceitável”, escreveu Gustavo.
O rapaz agradeceu aos vizinhos pela solidariedade e também à Polícia Militar, que a conduziu para a delegacia. “Mas sabemos que isso não basta. Agora, tomaremos todas as medidas legais, e já estamos dando entrada em uma queixa-crime na Polícia Civil. Homofobia não é opinião. Não é desabafo. É crime. E precisa ser tratado como tal”, finalizou ele.
Em nota ao Terra, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirmou que a PM foi acionada durante a tarde de segunda para atender ao caso na região central de São Paulo e que a mulher foi ouvida e liberada, pois as vítimas não estavam no local para formalizar o flagrante, como determina a legislação.
Ainda segundo a pasta, as vítimas chegaram depois e optaram por fazer o registro do caso pela Delegacia Eletrônica. Depois que o BO for deferido, a ocorrência será encaminhada ao DP da área para que seja investigada.
A reportagem não localizou Adriana e nem sua defesa até o momento. O espaço permanece aberto para manifestações.
Primeiro caso
Adriana foi presa no último sábado, 14, após chamar um rapaz de “bicha nojenta” e, segundo a SSP, as testemunhas confirmaram a versão da vítima. O caso foi registrado como injúria no 14° Distrito Policial (Pinheiros).
De acordo com o Estadão, o Tribunal de Justiça de São Paulo concedeu a ela liberdade provisória no dia seguinte, determinando que a idosa compareça mensalmente em juízo para informar e justificar suas atividades ou eventuais mudanças de endereço.
Ela também está proibida de frequentar o Shopping Iguatemi, que seria local de trabalho da vítima, e não pode sair da cidade por mais de oito dias sem autorização prévia. Caso ela descumpra alguma dessas medidas, pode ser presa novamente. O caso ainda será julgado.
Versão dela
Em um vídeo filmado por ela dentro da delegacia, que circula nas redes sociais, a idosa diz que foi ofendida primeiro pelo homem. “Eu fui agredida por pessoas que estavam ao meu lado e começaram a se escarnecer da minha situação física. Me chamaram de velha, me chamaram de doente e riram muito de mim. Eu pedi a conta e pedi para ir embora. Mesmo assim eles continuaram tendo a mesma atitude”, alegou.
Ela afirma, segundo o Estadão, ser uma pessoa doente. “Tenho um problema físico, vou ser operada. Tenho que tomar um remédio para dor e faz duas horas que passou o horário do meu remédio. Nós estamos há quatro horas em uma delegacia”, declarou.