Pelo menos uma pessoa foi detida em operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro contra um esquema que pode ter desviado milhões de reais de verbas do transporte público por meio de fraudes no Bilhete Único Intermunicipal. Uma única pessoa investigada movimentou mais de 1,2 milhão de reais em apenas seis meses.
Esquema de Fraude na Baixada Fluminense
Segundo as investigações, o esquema envolve linhas intermunicipais entre os municípios de Guapimirim, Magé, Piabetá e Raiz da Serra, todas na Baixada Fluminense, e o centro da cidade do Rio. Os envolvidos simulavam viagens de passageiros em vans usando os cartões do bilhete único para receber os repasses de verba pública para as empresas de transporte.
Validações Falsas e Desvio de Recursos
Em apenas um dos casos, foram feitas pelo menos 34 validações de viagens, mas nenhum passageiro estava no veículo. Com os números inflados de embarques, as empresas recebiam os créditos do subsídio estadual. O valor era desviado para os responsáveis pelas cooperativas e pelos permissionários do serviço e, muitas vezes, lavado em nome de terceiros e empresas de fachada.
Busca e Apreensão
A Polícia cumpre nove mandados de busca e apreensão em residências e empresas, em busca de bens de alto valor, documentos, telefones celulares e outros aparelhos. A fiscalização verifica, ainda, a possibilidade de veículos roubados estarem sendo usados pelos envolvidos no esquema. A organização teria uma estrutura complexa para ocultação do patrimônio e lavagem do dinheiro.
Impacto das Fraudes
“A estimativa é que o prejuízo gerado por esse grupo possa chegar a dezenas de milhões de reais por ano — dinheiro que deveria subsidiar o transporte de trabalhadores fluminenses, mas que acabou irrigando contas bancárias e empresas de fachada ligadas aos investigados”, relata a Polícia Civil fluminense.
Após a operação desta terça, a polícia espera avanços nas investigações e a identificação de novos suspeitos. Os investigados vão responder pelos crimes de peculato, lavagem de capitais e constituição de organização criminosa.
Em nota a empresa responsável pela administração dos cartões Riocard, usados na fraude, informou que “colabora continuamente com as autoridades de transporte e segurança denunciando casos de uso irregular do Bilhete Único Intermunicipal (BUI)”, e que mantém um controle rigoroso dos cartões cadastrados.