A Polícia Civil deflagrou recentemente a segunda fase da Operação Adolescência Segura, focando no combate a crimes cibernéticos que afetam crianças e adolescentes. Esta ação resultou na apreensão de quatro adolescentes em diversas regiões do Brasil, incluindo Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Paraná.
Os mandados de internação provisória estipulados foram cumpridos, com um quinto adolescente ainda sendo procurado no Paraná. Uma operação de busca também ocorreu em São Paulo, envolvendo cerca de 60 policiais civis em sua execução.
A investigação tem como alvo um grupo que atua em uma rede responsável por sérios delitos pela internet, como tentativa de homicídio, encorajamento ao suicídio, armazenamento e divulgação de pornografia infantil, além da apologia ao nazismo. O início das apurações foi motivado por um brutal incidente ocorrido em fevereiro, quando um morador em situação de rua foi queimado por um adolescente no bairro Pechincha, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Esse ataque, transmitido ao vivo para 220 pessoas, revelou que se tratava de um crime interligado a outros atos violentos.
A organização criminosa utilizava plataformas como Discord para planejar e promover desafios relacionados a crimes de ódio. Segundo a polícia, eles aplicavam manipulação psicológica e aliciavam jovens, colocando em risco a saúde física e mental dessas vítimas. Algumas vítimas foram coagidas a cometer automutilação ou ações violentas, e houve relatos de invasões a dispositivos eletrônicos, resultando no roubo de dados que eram usados para ameaças.
Apesar de usar plataformas criptografadas, os criminosos foram identificados por mudar constantemente a configuração de seus servidores para evitar a ação da Polícia Civil. Essa nova fase da operação segue a primeira etapa, realizada em 15 de abril, que resultou na prisão de dois adultos e na apreensão de sete menores.