Magno Gabriel Coser, de 42 anos, morto espancado em Vila Velha. Crédito: Acervo familiar
É assustador e inaceitável que um homem entre em um bairro e saia de lá morto, mesmo que exista envolvimento da vítima com a criminalidade. Isso emite sinais de fragilidade na manutenção da lei e da ordem. Na semana passada, um homem com uma tatuagem do Primeiro Comando de Vitória (PCV) foi espancado até a morte após entrar em uma área dominada pela facção rival Terceiro Comando Puro (TCP), em Zumbi dos Palmares, Vila Velha.
A família acredita que tenha sido uma emboscada, pois Magno Gabriel Coser, de 42 anos, saiu de casa para comprar drogas e tinha feito a tatuagem, com a inscrição “PCV”, havia poucos dias. Desde 2007, ele já havia sido preso por vários crimes, como furto, roubo, sequestro e tráfico de drogas, e estava nas ruas desde setembro do ano passado.
Contudo, os acertos de contas ainda impressionam pela selvageria. Uma emboscada no meio da rua e em plena luz do dia no Parque Residencial Laranjeiras, na Serra, em março passado, na qual Welington de Souza Lima, de 47 anos, foi executado com 27 tiros (79 foram disparados!) foi um desses casos assustadores, com a ação flagrada por câmeras.
Decidir quem vive e quem morre é um poder que fortalece demais esses criminosos, que precisam temer a lei. Não é tarefa simples, mas tampouco se pode fazer vista grossa, sob o risco de aumento da violência. O Espírito Santo está fazendo o dever de casa, mas precisa se manter atento para não repetir cenas que, lamentavelmente, já fazem parte da paisagem no Rio de Janeiro.