ACONTECENDO NO ESPÍRITO SANTO

quinta-feira, 17 de julho de 2025

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Comando Vermelho investe na grilagem de terras no Brasil

Em franca e contínua expansão pelo território brasileiro, o Comando Vermelho tem diversificado suas atividades criminosas. Após dominar a distribuição de internet em várias cidades do Nordeste e na Baixada Fluminense, a facção agora investe na invasão e grilagem de áreas públicas e privadas em diversas regiões do país.

A grilagem de terras originou-se em áreas controladas pelo tráfico de drogas na região metropolitana do Rio de Janeiro e, posteriormente, se espalhou para vilas ribeirinhas, quilombos e tribos indígenas na Amazônia. Essa prática é também vista em estados como São Paulo e Mato Grosso, onde o Comando Vermelho loteia e controla comunidades em áreas invadidas.

Em Cuiabá, o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Mato Grosso prendeu oito pessoas durante a Operação Incursio Contra Terram, que visava desarticular uma organização criminosa ligada à invasão de uma grande área pública entre a fábrica da Ambev e o Haras Twin Brother. Além das prisões, foram emitidas ordens judiciais de busca e apreensão.

A investigação teve início após denúncias anônimas. O Gaeco descobriu que a invasão estava sob o comando do Comando Vermelho, e os líderes da facção na localidade foram detidos. As investigações revelaram que a área invadida seria dividida em lotes, cada um sob a responsabilidade de um membro da facção, que utilizava aplicativos de mensagens para organizar a ocupação.

Relatos de inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Mato Grosso indicam que, em 2023, traficantes associados ao Comando Vermelho estavam financiando construções em uma ocupação irregular de 50 hectares em Cuiabá. A facção controlava a distribuição de lotes e o acesso à área, que era de propriedade da Ávida Construtora, que recuperou a posse judicialmente ainda em 2023.

Avanços no litoral e ocupações clandestinas

Em São Paulo, o Comando Vermelho tem se expandido pelo litoral norte, aproveitando a falta de resistência do PCC. Fontes policiais indicam que a ausência de fiscalização possibilita a grilagem de terrenos. O promotor do Gaeco, Alexandre Affonso Castilho, afirmou que a facção está envolvida na grilagem na região de Ubatuba e Caraguatatuba, onde a ocupação irregular é favorecida pela geografia e pela falta de políticas públicas eficazes.

Monitorando a grilagem, Castilho destacou que o valor do terreno no litoral é elevado, tornando essa prática lucrativa para a facção. O advogado Fernando Capano observou que a invasão e grilagem são parte da estratégia do Comando Vermelho para dominar economicamente uma área, criando novos bairros e monopolizando serviços essenciais.

O modelo de invasão implementado no Rio de Janeiro também é replicado na Amazônia, onde o Comando Vermelho tem invadido terras desde 2022, atraindo interesse pela possibilidade de exploração da madeira e garimpo ilegal. Essa falta de integração e organização no combate ao crime organizado permite que facções criminosas se expandam continuamente, conquistando novos territórios.

Capano alerta que o Comando Vermelho está se tornando uma grande máfia, infiltrando-se em várias esferas da economia e do Estado. O avanço da facção apresenta um desafio crescente para as autoridades e demanda um esforço mais robusto na luta contra o crime organizado em todo o Brasil.


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