ACONTECENDO NO ESPÍRITO SANTO

segunda-feira, 14 de julho de 2025

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segunda-feira, 14 de julho de 2025

BC não esclarece futuro devido a incerteza global e inflação alta

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu não sinalizar o fim da alta de juros em sua reunião mais recente, devido à crescente incerteza global e à persistência da inflação acima da meta no Brasil. Essa avaliação foi feita por analistas consultados.

Nos últimos encontros, foi registrada uma elevação de 0,5 ponto na taxa Selic, que agora está em 14,75%, o nível mais alto em quase duas décadas. Embora a decisão tenha sido antecipada pelo mercado, a nota do Copom mencionou riscos de inflação para ambos os lados, equilibrando suas preocupações.

Cenário de incertezas

O economista-chefe da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Igor Rocha, observa que a escolha do Copom foi pautada pela necessidade de manter uma margem de manobra em um cenário incerto, tanto em nível doméstico quanto internacional. A economia enfrenta uma inflação ainda alta, embora esteja registrando sinais de desaceleração.

O BC estimou que a inflação para 2026 deve ficar em 3,6%, acima do centro da meta de 3%, mas dentro dos limites aceitáveis. O comunicado indicou que não há planos de flexibilização da política monetária, embora o mercado acredite que pode ocorrer uma redução no ritmo de aumento da Selic.

Análise dos riscos

O Copom identificou riscos significativos tanto para a alta quanto para a baixa da inflação. No lado das preocupações de alta, foram mencionados fatores como expectativas desancoradas, resiliência da inflação de serviços e cenários de políticas internas e externas adversas. Já os riscos de queda estão relacionados a uma possível desaceleração econômica mais acentuada e à queda nos preços das commodities.

Os economistas concordam que o atual balanço de riscos ao redor da inflação tornou-se mais equilibrado, mas reforça a necessidade de vigilância em suas decisões. Essa postura de cautela, segundo analistas, sugere que os juros elevados podem ser mantidos por um período mais longo.

Cenário global adverso

Além das questões internas, o cenário externo continua a exercer uma grande influência sobre as decisões do BC. O colegiado destacou a situação global como “adversa e particularmente incerta”, em grande parte devido às políticas comerciais dos Estados Unidos e suas potenciais repercussões na economia mundial.

Alexandre Maluf, economista da XP, enfatiza que as incertezas globais afetarão diretamente a condução da política monetária no Brasil.

Expectativas futuras

Apesar do aumento da Selic, as perspectivas de próximas decisões não foram claras. Rafaela Vitória, economista-chefe do Banco Inter, acredita que a comunicação do Copom destaca a necessidade de cautela em um ambiente de intensa incerteza. O futuro da política monetária pode refletir essas preocupações, com uma possibilidade de pausa no aperto monetário se as condições se mostrarem favoráveis.

O cenário atual deixa em aberto as direções que o BC pode tomar, mas a vigilância em relação à inflação permanecerá uma prioridade.


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