O jovem estava em uma bicicleta elétrica quando trafegava pela contramão na Rua Filomena dos Anjos, no bairro Campo Novo. Ao chegar ao cruzamento com a Rua Vereador Alacy Costa, ele teria raspado em um carro e perdido o controle, colidindo contra uma parede.

A motorista do veículo ficou no local, prestou socorro, estava com toda a documentação em dia e testou negativo no bafômetro. O adolescente foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros e levado ao hospital, onde permaneceu internado por nove dias, mas não resistiu aos ferimentos.

Quem era a vítima

O jovem foi identificado como Kauã da Mata, de 16 anos. Ele foi internado em estado grave desde o dia 20 de novembro e morreu no dia 29. O corpo foi encaminhado ao Serviço Médico Legal de Linhares para necropsia.

Crescimento das bicicletas elétricas preocupa autoridades

O caso reacendeu uma discussão que já ocorre em várias cidades capixabas: o uso cada vez mais frequente das bicicletas elétricas por adolescentes, muitas vezes sem capacete, sem conhecimento das regras de trânsito e sem fiscalização policial adequada.

Especialistas apontam que essas bikes atingem velocidades semelhantes às de ciclomotores, mas circulam sem exigência de habilitação, sem placa e, na maioria das vezes, sem equipamentos obrigatórios de segurança.

Falta de normas claras

Apesar de amplamente utilizadas, as bicicletas elétricas ainda vivem em um limbo regulatório no Brasil. Em muitos municípios, não há legislação local que determine:

• idade mínima para condução;
• uso obrigatório de capacete;
• velocidade máxima permitida;
• necessidade ou não de registro e placa;
• zonas proibidas e ciclovias obrigatórias.

No Espírito Santo, prefeituras e o Detran têm discutido formas de regular o modal, mas por enquanto as regras seguem pouco definidas — o que, segundo especialistas, contribui para acidentes graves como o que vitimou o adolescente.

Polícia recomenda cautela

Com o aumento de ocorrências envolvendo bicicletas elétricas, a própria Polícia Militar tem orientado a população sobre riscos, reforçando que trafegar na contramão é uma das principais causas de colisões graves.

Além disso, autoridades de trânsito alertam que, sem regulamentação, jovens acabam utilizando as bikes como se fossem brinquedos — quando, na prática, elas funcionam como veículos capazes de atingir velocidade suficiente para causar acidentes fatais.