ACONTECENDO NO ESPÍRITO SANTO

segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

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Coral Guarani de Aracruz lança álbum e realiza apresentações culturais com apoio de políticas públicas

Projeto fortalece musicalidade, tradição espiritual e intercâmbio entre aldeias Guarani no Espírito Santo

O Coral Guarani Tape Retxakã, da aldeia Ka’agwy Porã (Nova Esperança), em Aracruz, vem conquistando espaço e ampliando sua atuação cultural em 2025. O grupo realizou apresentações durante a celebração do Ano Novo Guarani e integrou a programação oficial da Teia Nacional dos Pontos de Cultura, evento que reuniu agentes culturais e autoridades de todo o país, incluindo a ministra da Cultura, Margareth Menezes.

As iniciativas fazem parte do projeto contemplado no edital de Difusão Musical, da Secretaria da Cultura do Espírito Santo (Secult-ES), por meio do Fundo Estadual de Cultura e da Política Nacional Aldir Blanc. O apoio possibilitou a realização de apresentações, a aquisição de novos instrumentos tradicionais e o intercâmbio com outro coral Guarani, o Mborai Rekowe, de Santa Catarina, que participou das celebrações e promoveu uma rica troca de saberes e espiritualidade.

Canto, tradição e espiritualidade Guarani

Formado por cerca de 20 integrantes — todos parentes — o Tape Retxakã é liderado por Edmilson Karaí e Patricia Takuá. O grupo preserva e transmite a musicalidade Guarani através de instrumentos tradicionais como mbaraka mirim (chocalho), angu’á pu (tambor) e takua pu (percussão de bambu tocada pelas mulheres), além de rabeca e violão de cinco cordas, afinados conforme a tradição espiritual do povo.

Para Edmilson Karaí, o coral vai muito além da performance artística: é parte essencial da vida comunitária.

“O coral é uma prática da nossa cultura. Toda noite juntamos crianças e adultos na casa de reza. Quando recebemos visitas ou somos convidados para escolas, universidades e espaços culturais, levamos também o nome da aldeia, a música e a língua Guarani”, afirma.

A musicalidade Guarani está profundamente ligada à Opuy’i, a casa de reza, considerada um templo vivo. Lá acontecem rituais, curas e aprendizados transmitidos pelos ancestrais, fortalecendo a conexão com Nhanderu, o grande criador.

“A casa de reza é uma faculdade, uma escola onde se aprende a espiritualidade e como viver nesse mundo, respeitando tudo o que Nhanderu deixou para mantermos nossa conexão”, explica Werá Djekupé, liderança fundadora da aldeia.

Primeiro álbum: Djagwata Porã

Em 2025, o coral lançou seu primeiro álbum, Djagwata Porã (“caminhada sagrada”), também apoiado pela Secult e pelo Funcultura. O trabalho reúne 12 composições autorais em guarani, assinadas por Edmilson Karaí e Patricia Takuá, além de uma faixa composta por Werá Djekupé.

Produzido por Aline Maria, o álbum foi gravado dentro da própria Opuy’i da aldeia Ka’agwy Porã, reforçando seu caráter espiritual, comunitário e ancestral. As músicas expressam cura, força, memória e a caminhada do povo Guarani em direção ao bem e ao amor.

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