Afastada da regência de classe desde 2016, a servidora pública Luciana Santos tem enfrentado várias batalhas no campo laboral e pessoal.
Os parafusos de titânio que foram colocados na sua coluna devido um problema na região lombar, levaram a professora para o desvio de função. Foram anos pegando livros pesados, carregando dezenas de cadernos para corrigir e sem cuidar da postura. 50h de trabalhos semanais sem condições adequadas , com o tempo renderam sequelas.
“A REABILITAÇÃO FUNCIONAL TE DEIXA SEM IDENTIDADE E VULNERÁVEL PARA SOFRER ASSÉDIO MORAL “.
A servidora relata que luta na justiça para trabalhar perto de casa e ainda responde dois PADs ( processo administrativo disciplinar ) por sofrer perseguição política da atual gestão municipal de Vila Velha; Luciana disse que nesses dez anos fora da licenciatura, abraçou a literatura e através dos livros conseguiu se adaptar em um novo espaço escolar.
Deu visibilidade ao uso das bibliotecas com projetos de incentivo a leitura, teve ajuda do seu filho mais novo que também é escritor e colaborou com um jornal escolar na UMEF JOFFRE FRAGA no bairro Vale Encantado.
A servidora relatou que sempre enfrentou muito preconceito no trabalho devido o seu tratamento de fibromialgia desde 2017 e as vezes precisa se afastar.
“VOCÊ SÓ SERVE SE FOR TRABALHAR DOENTE. ME CHAMAM DE PREGUIÇOSA, DE VAGABUNDA, DEBOCHAM, ME VIGIAM, MAS NÃO SENTEM AS MINHAS DORES E DESCONHECEM AS LIMITAÇÕES QUE A VIDA ME IMPÕE.
MUITOS SERVIDORES SOFREM POR ISSO . ” relatou Luciana.
Luciana desde 2021 está movendo várias ações na justiça contra a prefeitura para garantir direitos e se defender de ataques de cargos comissionados desocupados. Ela relata que fazer oposição política como servidora lhe rendeu um linchamento moral gigantesco. Usou a escrita como ferramenta de cura e já possui mais de 50 artigos publicados em revistas e jornais digitais .
” EM 2023 ELES ME REDUZIRAM A NADA. ATÉ HOJE TENTAM ME DESTRUIR , MAS SIGO FIRME NA LUTA QUE É POR QUESTÕES TRABALHISTAS E TAMBÉM PESSOAIS. TIVE MUITO APRENDIZADO E NUNCA VOU ESQUECER DA COVARDIA DELES.”
Luciana tem formação em Pedagogia pela UFES, é estudiosa da língua portuguesa e hoje está cursando Direito para se defender do sistema, ajudar os colegas e traçar um novo caminho profissional.
A servidora judicializou o piso nacional da educação, judicializou sua lotação de trabalho, judicializou o auxílio alimentação que não pagam para quem adoece, judicializou e ganhou a gratificação de dedicação exclusiva, judicializou o assédio moral que vem sofrendo na atual gestão, pediu uma liminar para suspender os PADs e solicitou danos morais aos servidores que a persegue.
A servidora conta com cinco advogados cedidos por uma firma de amigo do Rio de Janeiro e ainda tem a defensoria estadual do estado do Espírito Santo.
Luciana está com dois livros publicados, tem 21 anos de prefeitura como servidora efetiva/ concursada. É coordenadora do Coletivo Literário Tereza de Benguela, membro fundadora da Academia Capixaba de Letras da Diversidade e Proponente da Feira literária da Mulher Capixaba.
” NÃO É FÁCIL LIDAR COM UM SISTEMA QUE NÃO VALORIZA O SERVIDOR , MARGINALIZA A EDUCAÇÃO E AINDA ADOECE AS PESSOAS .”
Luciana acionou o MPT e o MP contra a prefeitura de Vila Velha e aguarda orientações dos órgãos públicos para que seja possível trabalhar com mais dignidade e menos humilhação.
“NINGUÉM VAI CONTENTE PARA O SERVIÇO NA CONDIÇÃO DE SER MALTRATADO.”
Os servidores públicos da cidade de Vila Velha merecem respeito e um reajuste salarial justo e compatível com a função que desempenham junto a população. Trabalham com excelência e não merecem perseguição e Clamam por políticos que os defendam não somente as vésperas de eleições, registra Luciana.