Motivo da mudança

A principal razão para a mudança, conforme comunicado da Associação Capixaba de Supermercados (ACAPS), é a crescente dificuldade do setor em encontrar profissionais para atuar no varejo de alimentos. Segundo empresários ouvidos pela entidade, já existiriam cerca de 6 mil vagas abertas no segmento, com dificuldade de preenchimento. 

O que determina a convenção

• A nova convenção, válida para o comércio de bens, serviços e turismo em todo o estado, prevê que supermercados e lojas de materiais de construção não poderão abrir aos domingos e feriados no período de 1º de março a 31 de outubro de 2026.  
• Lojas de shoppings, padarias, açougues e outros segmentos ficam liberados para funcionar aos domingos e feriados.  
• A medida será experimentada durante o período citado e poderá ser revista na próxima negociação, antes do início da vigência da nova convenção em 1º de novembro de 2026.  

Impactos para consumidores e trabalhadores

Para os consumidores, a mudança representa uma limitação no horário de funcionamento, especialmente em domingos – um dia até então tradicional para compras no varejo. Por outro lado, para os trabalhadores, a medida pode representar uma valorização do descanso e melhor planejamento de jornadas, considerando o cenário de escassez de mão de obra.

Cenário econômico no Estado

O fato de o Estado do Espírito Santo registrar uma das menores taxas de desemprego da sua série histórica, combinada à dificuldade de recrutamento no varejo, evidencia uma mudança no mercado de trabalho local: a oferta de vagas cresce, mas atrair profissionais qualificados ou dispostos a atuar em determinadas jornadas torna-se mais desafiador. 

O que vem pela frente

A partir de março, os supermercadistas terão de ajustar logística, turnos e atendimento para se adequar ao novo regime de funcionamento. A ACAPS e a Fecomércio‑ES informaram que acompanharão os efeitos da medida e poderão discutir novas alterações no próximo ciclo da convenção. 

Perguntas que ficam

• Como os consumidores irão reagir à redução de dias de funcionamento dos supermercados aos domingos?
• De que forma os supermercados vão adaptar turnos, contratações e logística de entrega para compensar esse dia “fechado”?
• A medida será suficiente para aliviar o problema da falta de pessoal no setor ou apenas um paliativo temporário?

Conclusão

A decisão de fechar os supermercados aos domingos no Espírito Santo reflete uma combinação de fatores: mercado de trabalho mais apertado, necessidade de adequação do varejo e um movimento para reorganizar a rotina da atividade comercial. Será um teste para o setor e, se bem-sucedido, poderá marcar uma nova dinâmica entre empregadores, trabalhadores e consumidores no Estado.