A Câmara Municipal de Vila Velha deve votar nesta segunda-feira (10) o projeto que autoriza o município a aderir ao Consórcio Público da Região Polinorte (CIM Polinorte) — o mesmo consórcio cuja ata de registro de preços foi suspensa na última semana pelo Tribunal de Contas do Espírito Santo (TCE-ES).

A decisão do TCE-ES, assinada pelo conselheiro substituto Donato Volkers Moutinho, determinou a suspensão imediata da ata de preços no valor estimado de R$ 79 milhões, por apontar graves irregularidades no processo licitatório.
Segundo o tribunal, a licitação apresentava falhas como:
- ausência de quantitativos definidos para os serviços a serem contratados;
- participação de apenas uma empresa no certame;
- risco de contratações sem comprovação de vantagem econômica;
- e possível violação à Lei de Licitações (14.133/2021).
A ata previa a contratação de serviços de manutenção, centrais de gases medicinais e tubulações hospitalares, mas o TCE considerou que não há clareza sobre o que de fato seria contratado.
“Não se sabe o que a administração pretende contratar, nem se pode aferir se a contratação é vantajosa”, destacou o conselheiro em sua decisão, que classificou o caso como de “fundado receio de grave ofensa ao interesse público”.
🚨 Risco de adesão em meio à suspensão
Mesmo diante da medida cautelar, o projeto de lei que autoriza Vila Velha a integrar o consórcio está na pauta da sessão de hoje na Câmara de Vereadores. Caso seja aprovado, o município ficaria autorizado a aderir a um grupo que, neste momento, está impedido de firmar novas contratações.
Especialistas em gestão pública alertam que a adesão, se concretizada, pode expor o município a riscos jurídicos e administrativos, além de comprometer a imagem da cidade no uso de recursos públicos.
“Quando há uma decisão de suspensão do Tribunal de Contas, qualquer ato administrativo de adesão precisa ser analisado com extrema cautela. O ideal é aguardar o julgamento final e a regularização do processo”, explica um consultor ouvido pela reportagem.
🏛️ Transparência e prudência
O Portal Acontecendo no ES questiona:
Por que Vila Velha vota hoje uma adesão a um consórcio sob investigação e com ata suspensa pelo TCE-ES?
O município, que tem reforçado discursos sobre transparência e gestão responsável, precisa avaliar se a pressa na aprovação é coerente com as recomendações de prudência feitas pelos órgãos de controle.
Enquanto isso, o TCE-ES segue analisando o mérito do processo que envolve o CIM Polinorte e a empresa C.S. Costa Comércio e Serviços Ambientais Ltda., contratada com base na ata suspensa.
📌 O que diz a Prefeitura
Até o fechamento desta matéria, a Prefeitura de Vila Velha não havia se manifestado oficialmente sobre a votação nem sobre os possíveis impactos da decisão do TCE-ES no processo de adesão ao consórcio.
📰 Por Redação | Portal Acontecendo no Espírito Santo
📅 Segunda-feira, 10 de novembro de 2025


