O Brasil não tinha conhecimento prévio da operação conduzida pelo governo dos Estados Unidos, que resultou na retirada de cinco opositores venezuelanos da embaixada da Argentina em Caracas. Essa informação foi confirmada por fontes que indicam que o país, responsável pela tutela da embaixada argentina desde a expulsão dos diplomatas de Javier Milei, só tomou ciência da ação americana após sua realização.
Fontes diplomáticas destacam que não houve segurança brasileira na residência onde os asilados estavam, que era monitorada pela polícia local e pelo Serviço Bolivariano de Inteligência. Além disso, não ocorreu contato por parte dos EUA ou da Argentina para informar sobre a operação.
A diplomacia brasileira reiteradamente solicitou ao regime de Nicolás Maduro um salvo-conduto para os cinco integrantes da equipe da líder opositora María Corina Machado, mas esses pedidos foram sistematicamente rejeitados pelo chavismo. A operação que levou os opositores à segurança dos EUA foi anunciada pelo secretário de Estado americano, Marco Rubio, em uma postagem na rede social X, onde ele a descreveu como um “resgate bem-sucedido”.
Rubio caracterizou o governo de Maduro como “ilegítimo” e criticou suas ações que, segundo ele, comprometeram a segurança e as instituições da Venezuela. Ele expressou gratidão à equipe envolvida na operação, ressaltando a importância do apoio dos parceiros que contribuíram para a liberação dos opositores.
O presidente argentino, Javier Milei, também comentou a operação, destacando seu sucesso e agradecendo a Rubio pela colaboração pessoal. Em seu comunicado, Milei enfatizou a importância da ação para assegurar a proteção dos venezuelanos que fugiram da repressão do regime de Maduro.
Contudo, a declaração de Milei não fez menção ao Brasil, que, como responsável pela embaixada, esteve envolvido em diversas negociações com o regime de Maduro, visando facilitar a entrada de suprimentos essenciais para os asilados.