O Governo do Espírito Santo iniciou oficialmente o uso de câmeras corporais por agentes da Polícia Penal nas unidades prisionais do Estado. Após um mês de testes, 400 equipamentos já estão em funcionamento em presídios de Viana, Serra, Guarapari e Cariacica. A meta, segundo o governador Renato Casagrande, é chegar a 2.800 dispositivos em todo o sistema prisional.

As câmeras, acopladas às fardas dos agentes, serão utilizadas em ações de contenção e intervenção, escoltas de detentos, movimentações internas e externas, além do atendimento a ocorrências críticas. Uma portaria publicada pela Secretaria da Justiça (Sejus) em 26 de agosto também determinou o uso dos equipamentos em patrulhamentos, fiscalizações, revistas pessoais, áreas de visita familiar e até durante o banho de sol dos presos.

Segundo o secretário de Justiça, Rafael Pacheco, o objetivo é garantir maior transparência e segurança tanto para os servidores quanto para os custodiados.

“As câmeras ajudam a registrar de forma objetiva o que ocorre dentro dos estabelecimentos prisionais. São aliadas do policial penal e reduzem controvérsias sobre condutas, além de contribuir para a diminuição de denúncias sobre possíveis excessos”, destacou.

Funcionamento das câmeras

Os dispositivos gravam áudio e vídeo em alta definição (1080p), com autonomia para até 14 horas de uso contínuo e capacidade de transmissão ao vivo. O acionamento ocorre automaticamente quando o policial retira o equipamento da base de carregamento, vinculando a câmera ao servidor responsável.

As imagens ficam armazenadas de forma segura e não podem ser acessadas pelos agentes que utilizam os equipamentos. A gestão é feita exclusivamente pela Subsecretaria de Inteligência Penitenciária.

Tecnologia

De acordo com a Sejus, a tecnologia deve aumentar a eficiência em situações como motins, fugas e escoltas, além de facilitar o gerenciamento de crises e vistorias de rotina.

Inicialmente, as câmeras foram testadas no Complexo Penitenciário de Viana, no Centro de Detenção Provisória (CDP) da Serra, em unidades especializadas e na Divisão de Operações Táticas. Com a ampliação, também passaram a ser usadas no CDP de Guarapari, no Centro Prisional Feminino de Cariacica e na Divisão de Escolta e Recaptura Policial.

Durante evento nesta sexta-feira (29), o governador Casagrande destacou que os equipamentos também estão integrados ao sistema de comunicação da Polícia Penal e anunciou a criação da Sala de Situação, espaço para monitoramento em tempo real das atividades prisionais.

O ambiente conta com monitores e sistemas inteligentes, que permitem acompanhar deslocamento de viaturas por GPS, controlar a entrada e saída de visitantes, realizar agendamentos de teleaudiências e detectar eventos suspeitos por meio de videomonitoramento perimetral.

“Os equipamentos são importantes para proteção da ação dos policiais, dos custodiados e também para auxiliar a Justiça”, afirmou o governador.