ACONTECENDO NO ESPÍRITO SANTO

sexta-feira, 18 de julho de 2025

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sexta-feira, 18 de julho de 2025

O caso da restinga do Parque Estadual Paulo César Vinha

Projeto de restauração ecológica combate a degradação e destaca a importância da biodiversidade ameaçada no Parque Estadual Paulo César Vinha.

Em meio às pressões da especulação imobiliária, extração ilegal de areia e caça, há uma batalha persistente para proteger a biodiversidade do Parque Estadual Paulo César Vinha. Este valioso território natural não apenas exibe uma beleza impressionante, como também carrega uma história de resistência e sacrifício.

Paulo César Vinha, ambientalista que dá nome ao parque, foi assassinado enquanto protegia o ecossistema local da extração ilegal de areia. Atualmente, o pesquisador João Pedro Zanardo e sua equipe, do Laboratório de Fisiologia e Bioquímica Vegetal da UFES, junto com o Núcleo de Estudo com Fotossíntese, estão conduzindo um projeto inovador de restauração ecológica sob a coordenação do professor Luis Fernando Menezes.

Os Desafios da Recuperação da Restinga

A recuperação da restinga é um desafio complexo. Este ecossistema, parte da Mata Atlântica, desenvolve-se sobre solos arenosos pobres em nutrientes. Essa área específica sofreu impactos há mais de 30 anos, ainda sem sinais de regeneração natural significativa.

O pesquisador João Pedro Zanardo analisa a vegetação de restinga durante atividade científica

É essencial entender como as espécies interagem com o ambiente e como reintroduzi-las de maneira eficaz. João Zanardo investiu sua carreira acadêmica explorando essas questões, e sua pesquisa no parque foca em metodologias para restaurar o ecossistema de forma sustentável.

Regeneração Prática e Experimental

O projeto envolve experimentos que testam diversas técnicas de restauração. Entre os métodos avaliados estão o uso de hidrogel para a retenção de água, adubação para enriquecer o solo e plantas facilitadoras como bromélias para apoiar a regeneração.

Lagartinho-de-Linhares (Ameivula nativo) camuflado entre folhas secas na restinga

Os dados coletados são comparados para criar um protocolo que pode ser replicado em outras áreas. Resultados iniciais indicam que intervenções específicas superam significativamente técnicas de controle, o que é crucial para futuras políticas públicas.

Preservação de Espécies Ameaçadas

Um aspecto significativo da pesquisa é a presença do lagartinho-de-Linhares (Ameivula nativo), espécie ameaçada de extinção. A documentação deste réptil na área reitera a necessidade de recuperação e preservação desses habitats.

Pesquisador João Pedro Zanardo e sua equipe manuseiam mudas em área experimental de restauração.

Educação e Legado

Além do trabalho de campo, o projeto também se ramifica em educação ambiental. Parcerias com entidades como o Instituto Últimos Refúgios resultaram em materiais educacionais premiados, utilizados por escolas em todo o país.

O Futuro da Conservação da Restinga

João Pedro Zanardo reitera que recuperar ecossistemas é um esforço contínuo que requer monitoramento e envolvimento social. O compromisso com a restauração ecológica não só recupera o meio ambiente como também fortalece nossa conexão com a natureza.

Vista da vegetação em regeneração, representando o esforço coletivo para restaurar o ecossistema da restinga

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