O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou o papel do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, destacando que essas instituições investimentos favorecem mais economias desenvolvidas.
Em sua declaração durante a cúpula de líderes no Museu de Arte Moderna (MAM), no Rio de Janeiro, Lula abordou o fortalecimento do multilateralismo, questões econômicas e inteligência artificial (IA).
O presidente mencionou o histórico Plano Marshall, comparando-o com a atual atuação do FMI e Banco Mundial, que ele acredita desfavorecerem economias emergentes.
Criticas ao FMI e Banco Mundial
Lula observou que a ajuda internacional caiu e o custo da dívida para nações menos favorecidas aumentou, ao passo que essas instituições se voltam para o mundo desenvolvido.
O presidente defendeu mais poder para países do Sul Global no FMI, sugerindo que o poder de voto do Brics no fundo deveria aumentar de 18% para 25%.
“As distorções são inegáveis”, afirmou Lula, sublinhando a importância de mais representatividade para o Brics.
Críticas ao neoliberalismo e apelos para justiça tributária
Lula também criticou o neoliberalismo, destacando o crescimento das desigualdades econômicas ao longo dos anos.
Enfatizando a necessidade de justiça fiscal, ele afirmou que ações como tributar mais os ricos e combater a evasão fiscal são essenciais para o crescimento sustentável.
Elogios ao Banco do Brics
Durante a cúpula, o presidente elogiou o Novo Banco de Desenvolvimento, conhecido como Banco do Brics, ressaltando suas conquistas em governança e parcerias recentes.
Lula destacou o ingresso de novos membros como Argélia e o processo de adesão de países como Colômbia e Uzbequistão.
Confronto ao protecionismo e a OMC
O presidente expressou críticas à Organização Mundial do Comércio (OMC), abordando a estagnação e o aumento do protecionismo que afeta negativamente países em desenvolvimento.
Lula criticou medidas tarifárias adotadas por países desenvolvidos que criam desequilíbrios econômicos.
Governança da Inteligência Artificial e o Brics
O Brics adotou diretrizes quanto à governança da inteligência artificial, buscando um avanço tecnológico justo e inclusivo.
“O desenvolvimento da IA deve ser acessível e justo, não monopolizado por poucos”, salientou Lula.
Expansão inédita do Brics
Esta reunião do Brics trouxe pela primeira vez países-parceiros, refletindo a expansão histórica do grupo.
Lula destacou a diversidade de perspectivas e a contribuição de parceiros para uma visão global mais integrada do Sul Global.
Estrutura do Brics
O Brics é composto por 11 países-membros e busca fortalecer a cooperação entre nações do Sul Global, representando uma parcela significativa da economia mundial.
Os países-parceiros não têm poder de voto, mas são essenciais para a ampliação do diálogo e cooperação global.