Solicitação de Lula à ONU para nova missão de paz no Haiti
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou, nesta sexta-feira (13), a necessidade de a Organização das Nações Unidas (ONU) apoiar o Haiti por meio de financiamento ou o envio de uma nova missão de paz. A violência crescente das gangues no país, que controla áreas essenciais em Porto Príncipe, agravou uma crise humanitária, política e econômica.
Compromisso internacional e apoio ao Haiti
Lula destacou a importância de o Brasil apoiar a comunidade internacional na busca por soluções para o Haiti. Ele sugeriu que a ONU assuma fundos para sustentar a missão de segurança ou a converta em uma operação de paz. A missão multinacional de apoio, aprovada pela ONU em outubro de 2023, liderada pelo Quênia, trabalha no treinamento policial, combate às gangues e proteção de infraestrutura crítica no país.
O presidente anunciou que a Polícia Federal do Brasil iniciará, nos próximos meses, treinamentos para 400 policiais haitianos, visando à estabilização do país e à realização de futuras eleições presidenciais.
Ajuda humanitária e histórica do Brasil no Haiti
De acordo com a ONU, mais de 1,3 milhão de haitianos foram deslocados internamente em decorrência da violência. O Brasil liderou a Missão das Nações Unidas para Estabilidade no Haiti (Minustah), que durou 13 anos até 2017, desempenhando papel importante na reconstrução após o terremoto de 2010. Desde então, o país também tem contribuído com recursos e vistos humanitários.
Ações regionais e cooperação internacional
Na Cúpula Brasil-Caribe, líderes de 13 países discutiram temas como segurança alimentar, mudanças climáticas e energia renovável. Lula afirmou que a parceria com o Caribe reforça a autonomia regional frente às disputas globais e condenou o embargo a Cuba, defendendo uma postura de respeito e diálogo.
O presidente ressaltou a importância da redução de emissões de gases de efeito estufa, apoiando metas ambiciosas na COP30, e promoveu cooperação técnica, incluindo o uso de satélites para monitorar os efeitos da elevação do nível do mar na região.
Perspectivas para a energia, segurança alimentar e comércio
Lula defendeu a transição energética justa, incentivando o desenvolvimento de energias renováveis na região, como solar e eólica, com a ajuda do Brasil. Ele também enfatizou o combate à fome, com a inclusão de países como Santa Lúcia e Cuba na Aliança Global contra a Fome e a Pobreza.
Para melhorar a segurança alimentar, Lula propôs a expansão de redes de abastecimento e o aumento do comércio regional, eliminando obstáculos logísticos e promovendo melhorias na infraestrutura de transporte, como aeroportos e portos que conectem o Caribe ao Brasil.
Investimentos e parcerias estratégicas
O Brasil anunciou que destinará US$ 3 bilhões de sua carteira de investimentos do BID a projetos na região, incluindo ações na Guiana e no Suriname. Além disso, serão assinados acordos de cooperação aérea com Barbados e Suriname, e um aporte de US$ 5 milhões será destinado ao fundo especial do Banco de Desenvolvimento do Caribe para países vulneráveis.
Essas iniciativas refletem o compromisso brasileiro em promover a estabilidade, o desenvolvimento e a integração regional no Caribe e nas Américas.